“Deita ao lado dela, segura sua mão ardente. Esposa.A paz da noite envolve os esposos. O amor é sempre doce e bom, mesmo quando a morte está próxima. Os corpos não se balançam mais no ritmo do amor. Mas nos corações dos dois meninos não há mais nenhum medo. Somente paz, a paz da noite da Bahia.”
“O amor não se prova, nem se mede. É como Gabriela. Existe, isso basta. O fato de não compreender ou explicar uma coisa não acaba com ela. Nada sei das estrelas, mas as vejo no céu, são a beleza da noite.”
“ - O amor não se prova, nem se mede. É como Gabriela. Existe, isso basta - falou João Fulgêncio. - O facto de não se compreender ou explicar uma coisa não acaba com ela. Nada sei das estrelas, mas as vejo no céu, são a beleza da noite.”
“Ele e o marido da Senhora Dona Flor, cuida de tua virtude, de tua honra, de teu respeito humano. Ele e tua face matinal, eu sou tua noite, o amante para o qual nao tem nem jeito nem coragem. Somos teus dois maridos, tuas duas faces, teu sim teu nao. Para ser feliz, precisas de nos dois. Quando era eu so, tinhas meu amor e te faltava tudo, como sofrias! Quando foi so ele, tinhas de um tudo, nada te faltava, sofrias ainda mais. Agora sim, es dona Flor inteira como deves ser”
“A cidade da Bahia, negra e religiosa, é quase tão misteriosa como o verde mar”
“Oferecer o corpo como objeto agradavável, dar gratuitamente prazer: é isso o que os ocidentais não sabem mais fazer. Perderam totalmente o senso da doação. Podem até se esforçar, mas não conseguem mais sentir o sexo como algo natural. Não apenas têm vergonha dos próprios corpos, que não estão à altura dos que vemos nos filmes pornôs, mas também, pelo mesmo motivo, não sentem nenhuma atração pelo corpo do outro. É impossivel fazer amor sem um certo abandono, sem a aceitação ao mesmo tempo temporária de um certo estado de dependência e fraqueza. A exaltação sentimental e a obsessão sexual têm a mesma origem, as duas nascem de um certo esquecimento de si mesmo; neste terreno, a gente não pode se realizar sem se perder. As pessoas se tornam frias, racionais, extremamente conscientes da sua existência individual e dos seus direitos (...) realmente não são as condições ideais para fazer amor".”
“O que é sensível tem de morrer pelo fogo, qual borboleta frágil da noite. E é por isso, diz Erika Kohut, que estes dois seres doentes à mais alta escala, isto é, Schumann e Schubert, irmanados pela partilha do mesmo prefixo, são os que têm um lugar mais próximo do meu coração dilacerado. Não o Schumann a quem já todos os pensamentos desertaram, mas o Schumann, mesmo mesmo antes disso ter acontecido! Uma unha negra antes disso! Ele já adivinha a deserção do seu espírito, já sofre com isso até aos seus vasos mais capilares, despede-se já da sua vida consciente, embrenhando-se pelos coros dos anjos e dos demónios, segura-se, porém, mais uma última vez, não mais possuidor da sua total consciência. Ainda um perscrutar nostálgico mais, o luto pela perda do bem mais precioso: ele próprio. A fase em que ainda se sabe o que em si próprio se perde, antes de renunciar por completo.”