“Coroado por uma salva de aplausos eu governo sobre a realidade, destronado por uma salva de vaias eu governo sob os esgotos, em salva de tiros atiro-me ao inusitado com abstração poética.”
“Sintetizo com sintase, a literatura de integração a realidade a mais completa.”
“Escoltado por olhos de nada amigos, pela tua presença impressa na minha eu prossigo em passos firmes e decididos.”
“O ruído de fundo me afunda.”
“Encolho-me em comprimento de Planck.”
“A finíssima membrana entre o seguir e o perseguir me permeia.”
“Maior do que o fracasso eu ergo-me no horizonte de eventos.”
“Transformo a tristeza, seiva bruta em alegria, seiva elaborada.”
“A gincana das palavras me cromatografam.”
“Bem colocado no pódio, no ranking, na prateleira eu me jogo do sétimo andar da linha de produção.”
“Monocromático em tons de cinza com algumas vagas vibrações de cor eu ainda resplandeço.”
“Queimo na mente as profecias.”
“Pipoco estampidos estampados com espanto.”
“A cada passo em falso quase desapareço no abismo.”
“Carrego nos braços, nas costas o meu amor por ti.”
“Numerado e etiquetado, ou seja, catalogado eu reorganizo a loucura da matéria bruta.”
“De beleza estoica e estática a beleza poética e fluída eu escrevo um tecido holográfico.”
“Me sacrifico por qualquer triz da minha matriz.”
“Deserto deserto deserto.”
“Pratico auto-flagelação psíquica.”
“Eu canto queimando-me em música.”
“Comendo farofa no copo plástico eu penso sobre tudo e todos.”
“Fica ao critério de cada um o próprio administrar-se.”
“Com literatura de integração eu domo toda e qualquer realidade.”
“Me sinto em sintonia.”
“Estúpidos demais para se revoltar os medíocres se aconchegam um pouco mais nos cobertores penitenciários.”
“Me passo em passear.”
“Intimo intimidação intimista.”
“Secreto ácido folclórico.”
“Tão exaustivo e pouco gratificante o escrever me culmina em ruínas.”
“Emperolado pelo ostracismo me presenteio a ti.”
“Fervo massa alimentícia mista instantânea com tempero sabor abstração.”
“Embalo abalo sísmico.”
“Acelero célere cérebro celebre.”
“O que é se entrega ao que está prestes a ser: tudo, tudo verte em uma arte fractal: pequeninos sonhos como as bases do meu dna.”
“O enlouquecimento morfocromático desabrocha despetalando o mundo.”
“Eu mais que te decreto eu te estabeleço.Eu mais que te estabeleço eu te forneço.Eu mais que te forneço eu te cultivo.Eu mais que te cultivo eu te sobrevivo.Eu mais que te sobrevivo eu te vejo.Eu mais que te vejo eu te ouço.Eu mais que te ouço eu te toco.Eu mais que te toco eu te saboreio.Eu mais que te saboreio eu te inalo.Eu mais que te inalo eu te injeto.Eu mais que te injeto eu te penso.Eu mais que te penso eu te sinto.Eu mais que te sinto eu te pressinto.Eu mais que te pressinto eu te adivinho.Eu mais que te adivinho eu te decifro.Eu mais que te decifro eu te enigmatizo.Eu mais que te enigmatizo eu te oculto.Eu mais que te oculto eu te abrigo.Eu mais que te abrigo eu te instalo.Eu mais que te instalo eu te executo.Eu mais que te executo eu te morro.Eu mais que te morro eu te sofro.Eu mais que te sofro eu te aprecio.Eu mais que te aprecio eu te amo.Eu mais que te amo eu te reivindico. Das próprias garras tentaculares do cataclisma.”
“Eu preciso que você saiba.Eu preciso que você entenda.Eu preciso que você me ame por causa e apesar de tudo.”
“Nós cumprimos com a nossa parte da barganha: oferecemos nosso mundo ao sacrifício. Agora, cataclisma, nos faça inteiro de novo.”
“― É com o corpo que tu me amas?― E eu tenho outro objeto com o qual te amar?!― Assim eu gamo.”
“Todas as verdades menores se desfizeram na conjulgação dos nossos corpos.”
“Eu me sinto tão bonito através da sua admiração.”
“Sob o brilho do teu sorriso eu fiquei cravejado de estrelas.”
“Tu irradias tanta beleza... que dá vontade de morrer em ti.”
“Uma parte de ti eu já conhecia dos meus sonhos e o restante eu adivinhei com o corpo.”
“Ousaria escapulir do domingo para o sábado? Efervesço evanescente.”
“Eu afundo sobre meu próprio peso como sílabas que não se sustentam mais na atmosfera, espatifando-se em silêncio.”
“― Seu fofo!― Conhecimento de causa?― Testemunha ocular.― Míope?!― Especulação.”
“― Você ficaria se eu dissesse que te amo?― Você me ama?!― Não sei.― Talvez.― Por quê?― Porque se você dissesse e eu conseguisse acreditar, e eu gostaria de acreditar eu diria que sim.― Não.― Não o quê?― Não ficarias.― Eu sei.― Tchau.― Adeus.”
“― Eu te amo pelos teus defeitos.― Defeitos?― É. Os melhores.”