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Hector Abad

Héctor Joaquín Abad Faciolince was born on 1 October 1958 in Medellín, Colombia Colombian novelist, essayist, journalist, and editor. Abad is considered one of the most talented "post-boom" writers in Latin American literature. Abad is best known for his bestselling novels Angosta, and more recently, El Olvido que Seremos.


“Epitáfio /J.L.Borges (?)Já somos a ausência que seremos.O pó elementar que nos ignora,que foi o rubro Adão, e que é agoratodos os homens, e que não veremos.Já somos sobre a campa as duas datasdo início e do fim. O ataúde,a obscena corrupção que nos desnude,o pranto, e da morte suas bravatas.Não sou o insensato que se aferraao som encantatório do seu nome.Penso com esperança em certo homemque não há de saber o que eu fui na terra.Sob o cruel azul do firmamentoconsolo encontro neste pensamento [277].”
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“A cronologia da infância não segue uma linha reta, mas é feita de sobressaltos. A memória é um espelho opaco e estilhaçado, ou melhor, é feita de conchas intemporais de lembranças espalhadas numa praia de esquecimento. Sei que aconteceram muitas coisas naqueles anos, mas tentar recordá-las é tão desesperador como tentar lembrar um sonho, um sonho que deixou em nós uma sensação, mas nenhuma imagem, uma história sem história, vazia, da qual resta apenas um vago estado de espírito. As imagens se perderam. Os anos, as palavras, as brincadeiras, as carícias se apagaram, e no entanto, de repente, rememorando o passado, alguma coisa volta a se iluminar na sombria região do esquecimento [153].”
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“No dia de sua morte, minha avó entregou ao meu pai o relógio de bolso do senhor arcebispo, de ouro maciço, marca Ferrocarril de Antioquia, mas fabricado na Suíça, que conservo até hoje e que passará ao meu filho, como um testemunho e um estandarte (embora eu não saiba do quê), no dia em que eu morrer [60].”
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“Esse é um dos paradoxos mais tristes da minha vida: quase tudo o que tenho escrito, foi escrito para alguém que não me pode ler, e mesmo este livro não passa de uma carta para uma sombra [22].”
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