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Joaquim Paço d' Arcos

JOAQUIM PAÇO D'ARCOS nasceu em Lisboa, a 14 de Junho de 1908. Foi Director dos Serviços de Imprensa do Ministério dos Negócios Estrangeiros entre 1936 e 1960, Presidente da Sociedade Portuguesa de Escritores, Procurador à Câmara Corporativa (1973-74) e membro da Academia Brasileira de Letras. Viajado e cosmopolita, deixou peças de teatro, livros de memórias e, sobretudo, romances. O mais válido da sua obra é constituído pelos seis volumes romanescos que formam “Crónica da Vida Lisboeta”, iniciada com Ana Paula (Prémio Ricardo Malheiros, 1938) e concluída com A Corça Prisioneira (1956). Publicou outros livros, entre os quais se encontram obras de ficção (O Navio dos Mortos e Outras Novelas, 1952 e Carnaval e Outros Contos, 1959) e peças de teatro (O Ausente, 1944, Paulina Vestida de Azul, 1948, O Braço da Justiça, 1964 e Antepassados Vendem-se, 1970). Foi condecorado pela Presidência da República com a Comenda da Ordem do Infante D. Henrique, em Dezembro de 1963. Faleceu a 10 de Junho de 1979.


“Escrever é projectar-se além da Vida,É vencer a morte.Um dia esta virá, de surpresa, ou tardia,Mas uma coisa não levará, não reduzirá a cinzas,E sobre ela a sua álgida mão não terá poder.Ó morte, eu sei que tu me aniquilarás,Mas não destruirás esta páginaem que escrevo o teu nome,O teu nome odiado e cruel.Quantos seres derrubaste em volta de mim!A todos apavoras.Mas outras vidas há que não estão à tua mercê,E essas, que nós criamosCom a música das nossas palavras,Com a febre do nosso espírito,Com a ambição do nosso sonho,Essas - sobreviver-nos-ãoE o teu amplexo não as envolverá.O que fica do artista, para além dele, não te pertence;Basta que nós te pertençamos.”
Joaquim Paço d' Arcos
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