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Mariana Alcoforado

Mariana Vaz Alcoforado (Santa Maria da Feira, Beja, 22 April 1640 - Beja, 28 July 1723), was a Portuguese nun, living in the convent of the Poor Ladies (Convento de Nossa Senhora da Conceição) in Beja, Portugal.

Debate continues as to whether Mariana was the real Portuguese author of the Letters of a Portuguese Nun (comprising five letters). Her purported love affair with the French officer Noël Bouton, Marquis de Chamilly and later Marshall of France, has made Beja famous in (mainly Portuguese and French) literary circles.

Some literary scholars consider the letters a fictional work and their authorship is ascribed to Gabriel-Joseph de La Vergne, comte de Guilleragues (1628–1685), although a real nun named Mariana Alcoforado did exist. In her recent book Letters of a Portuguese Nun: Uncovering the Mystery Behind a Seventeenth-Century Forbidden Love (2006), the author Myriam Cyr has attempted to reassert the attribution of the letters to the real Mariana Alcoforado.


“Estou decidida a adorar-te durante toda a vida e a não ter olhos para mais ninguém. E asseguro-te que também tu farás bem em não amar mais ninguém. Poderias, acaso, contentar-te com uma paixão menos ardente do que a minha? Encontrarás, talvez, maior beleza (e, no entanto, disseste-e outrora que não me faltava beleza), mas não encontrarás jamais amor tamanho - e o resto não conta. [...] Conjuro-te a que me digas por que é que te empenhaste em me encantar como fizeste, se já sabias que me havias de abandonar? Por que é que puseste tanto empenho em me tornar infeliz? Por que não me deixaste em paz no meu convento? Tinha-te feito algum mal? [...] Atribuo toda esta desgraça à cegueira com que me abandonei a dedicar-me a ti. Pois não devia eu prever que os meus prazeres acabariam antes que acabasse o meu amor? Podia eu esperar que ficasses para sempre em Portugal e que renunciasses à tua fortuna e à tua pátria para só pensares em mim? [...] Bem claramente vejo qual seria o remédio para todos os meus males e em breve me libertaria deles se deixasse de te amar. Mas ai de mim!, que terrível remédio! Não! Antes quero sofrer ainda mais do que esquecer-te... Infeliz que sou! Dependerá isso de mim? Não posso acusar-me de ter desejado, nem que fosse só por um momento, deixar de te amar! [...] Não é para te obrigar a escreveres-me que digo todas estas coisas. Oh!, não te violentes! De ti não quero nada senão o que espontaneamente vier e recuso todos os testemunhos de amor que constrangido me desses. Comprazer-me-ia em desculpar-te, só porque talvez tu te sintas bem em não ter o incômodo de me escrever, e sinto uma profunda disposição para te perdoar todas as faltas que cometeres.”
Mariana Alcoforado
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