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Murilo Carvalho

Nascido nas montanhas de Minas Gerais, Brasil, Murilo Carvalho é jornalista, escritor e realizador de documentários. Trabalhou em alguns dos principais jornais e também em revistas e televisões brasileiras.

Durante os anos de ditadura militar no Brasil foi repórter do jornal Movimento, publicação de carácter democrático, onde era responsável pela secção Cena Brasileira, que fazia um retrato jornalístico-literário da gente e da realidade dos sertões do país. Nesse longo período, conviveu com várias nações indígenas, fazendeiros e trabalhadores rurais, que viam, a cada dia, a terra encolher sob os seus pés.

Trabalhou ainda no jornal Folha de São Paulo e em revistas da Editora Abril. Nos últimos anos dedicou-se à produção de documentários e programas de televisão sobre a realidade brasileira.

A literatura tem sido uma companheira desde a juventude; em 1974 recebeu o principal prémio literário brasileiro da época: Concurso de Contos do Paraná.

Editou dois livros de ficção e vários livros de reportagem. “O Rastro do Jaguar” é o seu primeiro romance.

(fonte: www.leya.pt)


“A solidão do amor é, talvez, a mais dura; e com certeza é o que nos torna mais velhos e nos faz ansiar o fim.”
Murilo Carvalho
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“Como se envelhece rápido, como a sabedoria nada tem a ver com a idade: não nos tornamos mais sábios, apenas conscientes de que os riscos são inerentes a qualquer ação. E então refreamos os desejos, pois tememos que nossos músculos enfraquecidos não mais respondam aos desejos do coração e das memórias. E então preferimos nos calar, calar os desejos, evitar que a vida bruta que nos corria nas veias, naqueles anos, continue a fluir pelos tendões enrijecidos. E então esse medo nos faz precavidos, preferimos aconselhar, nos resguardar da própria vida, como vassouras desgastadas, nos esconder em nossas roupas de lã, mesmo num verão como este. E então tudo o que nos resta é posar de sábios, como se a proximidade da morte nos fizesse melhores conhecedores da vida. Não nos tornamos sábios, apenas velhos, com nossos compromissos, nossos sonhos não cumpridos e, quase sempre, uma vida inútil atrás de nós.”
Murilo Carvalho
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“O homem veio das cavernas primitivas e no fundo de seu cérebro foi construindo mitos que o ajudavam a entender as forças da natureza; uma natureza violenta, que o batia com suas tempestades, seus raios; com os vulcões, as neves e o frio doloroso; com a fome, a sede, as feras bravias que o impediam de dormir em paz. Mas, principalmente, o assediava com a doença, um acontecimentos incompreensível, que rompia todo o senso, toda a vida. Daí surgiram os deuses, a magia, a necessidade de se aplacar com a fé as forças do desconhecido.”
Murilo Carvalho
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“O mito é o motor poderoso capaz de buscar a emoção primitiva, aquela que está arraigada profundamente no coração do homem, e trazê-la limpa, fresca e sanguinolenta para a flor da realidade.”
Murilo Carvalho
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