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Nuno Bragança

NUNO DE BRAGANÇA nasceu em Lisboa a 12 de Fevereiro de 1929. Frequentou o curso de Agronomia, acabando por se licenciar em Direito, pela Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa (1957). Profissionalmente esteve sempre ligado às questões do trabalho e foi fundador do Serviço Nacional de Emprego. Fez parte do movimento chamado catolicismo progressista, tendo sido colaborador em jornais e revistas, nomeadamente O Tempo e o Modo, Seara Nova e Vértice. No campo cinematográfico, foi dirigente cineclubista, autor de diálogos e crítico de filmes, sendo o autor do argumento do filme Verdes Anos, de Paulo Rocha (1963) e do documentário Nacionalidade: Português, em coautoria com Fernando Lopes e Gerárd Castelo Lopes (1970). Como ficcionista revelou-se com o romance A Noite e o Riso (1969), ao qual se seguiram Directa (1977), Square Tolstoi (1981) e Do Fim do Mundo (1990). Situa-se na corrente novelística portuguesa que utilizou influências surrealistas de pesquisa linguística para fazer uma sátira da burguesia lisboeta, ainda presa a mitos ultrapassados. A sua obra romanesca retrata a paisagem intelectual e política da Lisboa dos anos 60 até ao período da revolução de 25 de Abril de 1974. Introduz uma nítida ruptura na linguagem ficcional, pondo em primeiro plano a realidade urbana e retratando fielmente o discurso de uma burguesia progressista. Faleceu em Lisboa, a 7 de Fevereiro de 1985. Foi condecorado, a título póstumo, pela Presidência da República, com a Grã-Cruz da Ordem Militar de Sant’Iago da Espada (1990).


“Ora, não se deve matar pobres, porque cada um deles representa esmolas possíveis, quer dizer Boas Acções. Como dizia o Poeta, «os pobres são os degraus da escada que conduz os ricos ao Céu».”
Nuno Bragança
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“O fariseísmo de quem se droga de "bom comportamento". A filha de putice dos meninos e meninas exemplares, que curtem a deplorável acidificação de quem não espera mais da vida do que um sucessozinho passageiro: aquele ferrado de polvo com que agarram quem se aproxima dos tentáculos do "como-deve-ser".”
Nuno Bragança
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“Sofro por míngua de falas ou dói-me o que me dói porque o falar não alcança as raízes do meu malviver?”
Nuno Bragança
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