“É no ácido desoxirribonucleico que devem procurar os vossos segredos. O homem é que é um Deus e no centro do universo tem um ácido impronunciável que, na verdade, é a abreviatura de uma das palavras mais longas do mundo, o nosso próprio nome, um código feito com quatro blocos, quatro letras, e que nos define enquanto persona, que nos caracteriza o Eu. O nosso Deus abscôndito não passa de um ácido.”
“Diz o judaísmo que o inefável nome de Deus é composto por quatro letras. Que esse nome é um tabu, que impronunciável. Digo-vos que eles têm razão, e que isto é ciência da mais profunda. As letras que compõe o nome de Deus são quatro: A, T, C, G. Adenina, timina, citosina e guanina. É isso que faz o nosso código, um código gigante, uma palavra tão grande que é impronunciável.”
“Deus fez-nos cheios de buracos na alma e o nosso dever é tapá-los todos para navegar. O homem é um bêbedo sempre encostado à parede ou uma criança a fazer tem-tem. Toda a grandeza é um investimento em nós próprios e é por isso que os grandes têm uma grande solidão.”
“O fogo é um preciso aliado do homem mas é perigos para uma criança que não o saiba utilizar. Passa-se o mesmo com certos conhecimentos. À escala da humanidade os homens não são mais do que crianças, olhai o nosso mundo e vede como nos falta educação.”
“O não-saber é o fundamento de tudo, ele cria o todo através de um acto que repete a cada instante, produz este mundo e qualquer outro, uma vez que está sempre a tomar como real aquilo que o não é. O não-saber é o gigantesco equívoco que serve de base a todas as nossas verdades, o não-saber é mais antigo e mais poderoso do que todos os deuses juntos.”
“A auto-recriminação é um luxo. Quando nos auto-censuramos, temos a sensação de que mais ninguém tem o direito de nos censurar. É a confissão, e não o sacerdote, que nos dá a absolvição.”