“O teu avô pisava as uvas para fazer vinho, não era? Quando se chega a esta idade somos uma uvas, pisadas a vida inteira. Um dia, Nosso Senhor transformar-nos-á em vinho. Sofremos tanto que já só podemos ressuscitar, já não nos sobra mais nada.”

Afonso Cruz

Afonso Cruz - “O teu avô pisava as uvas para fazer...” 1

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“O que custa mais não é tanto lembrar - é não esquecer. O que é que se faz com o que nos fica na cabeça, quando já não há nada para fazer”

Miguel Esteves Cardoso
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“Que importa que já o saibas? Só se sabe o que já nos não surpreende”

Vergílio Ferreira
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“Disseram-me que não se pode quebrar um coração a alguém que o já tem partido. E eu pensei, pode. Podemos sempre partir os bocadinhos do coração em bocadinhos mais pequenos, amachucar ainda mais o que nos resta, como se nos tirassem o último sopro de vida.”

Patricia Reis
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“Já reparou que só a morte desperta nossos sentimentos? Como amamos os amigos que acabam de deixar-nos, não acha?! Como admiramos nossos mestres que já não falam mais, que estão com a boca cheia de terra! A homenagem vem, então, muito naturalmente, essa mesma homenagem que talvez tivessem esperado de nós durante a vida inteira. Mas sabe por que somos sempre mais justos e mais generosos para com os mortos? A razão é simples! Em relação a eles, já não há obrigações. Deixam-nos livres, podemos dispor de nosso tempo, encaixar a homenagem entre o coquetel e uma doce amante: em resumo, nas horas vagas. Se nos impusessem algo, seria a memória, e nós temos a memória curta. Não é o morto recente que nós amamos em nossos amigos, o morto doloroso, nossa emoção, enfim, nós mesmos![...] É assim o homem, caro senhor, com duas faces: não consegue amar sem se amar. Observe seus vizinhos, se por acaso ocorrer um falecimento no prédio. Adormecidos em sua vidinha, e eis que morre o porteiro. Despertam imediatamente, agitam-se, informa-se, enchem-se de compaixão. Um morto no prelo e o espetáculo começa, finalmente. Eles têm necessidade de tragédia que se pode fazer? - é sua pequena transcendência, é seu aperitivo. Será, aliás, por acaso que lhe falo em porteiro? Eu tinha um, que era uma verdadeira desgraça, a maldade em pessoa, um monstro de insignificância e de rancor que faria desanimar um franciscano. Eu nem sequer lhe dirigia a palavra, mas, por sua própria existência, ele comprometia minha satisfação habitual. Morreu, e eu fui a seu enterro. Será capaz de me dizer por quê?”

Albert Camus
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“Somos maduros quando decidimos viver uma vida a só para não magoar a ninguém. Somos maduros ao assumir-mos que não seriamos capazes de fazer alguém feliz. Pois só amou aquele que realmente nunca consegiu entender amor. So amou aquele que nunca pretendeu magoar alguém, porque um dia mais tarde descobrimos que o verdadeiro amor e aquele sentimos por nos mesmos.Autor: Sergio Correia. Warrington, 20/08/2012Portuguese”

Sergio Figueira Correia
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