“(...) aquilo que nos modifica não são os fatos extraordinários que acontecem uma só vez, mas sim esse hábito, essa longa aceitação das coisas contra as quais deixamos de nos revoltar.”
“E é, em suma, uma forma como outra qualquer de resolver o problema da existência, esta de nos aproximarmos das coisas e das pessoas que de longe nos pareceram belas e misteriosas o suficiente para verificarmos que não têm mistério nem beleza; é uma das higienes entre as quais podemos optar, uma higiene que talvez não seja muito recomendável, mas que nos dá uma certa calma para passarmos a vida, e também para nos resignarmos à morte - pois que permite que não lamentemos nada ao persuadir-nos de que atingimos o melhor, e de que o melhor não era grande coisa.”
“Por muito que me esforce, não consigo desprezar todos esses séculos durante os quais nos dedicámos unicamente a dar uma última demão na definição de Deus.”
“(...)mais que o cinema ou a televisão, os romances permitiam viver coisas para as quais uma vida só não bastava.”
“A história não é só o que deixamos para trás, mas é também algo que nos vai acompanhando ao longo da vida.”
“As palavras em si mesmas não são nada. São apenas letrinhas agrupadas ou um monte de sons combinados de uma certa maneira, mas que não fazem nenhum sentido por si mesmos. É a gente que dá sentido às palavras. Está tudo em nossa cabeça, nos pequenos detalhes de como as coisas funcionam dentro dela. É só uma questão de como as coisas se processam no cérebro de uma pessoa e de outra, entende?”