“Entrei numa livraria. Pus-me a contar os livros que há para ler e os anos que terei de vida. Não chegam! Não duro nem para metade da livraria! Deve haver certamente outras maneiras de uma pessoa se salvar, senão… estou perdido.”
“Desejava uma verdadeira livraria tal como um viciado deseja uma dose. Não havia mesmo nada melhor do que aquele maravilhoso cheiro a livros novos, tocar nas capas e folhear um livro, cujas páginas, se calhar, nunca tinham sido folheadas.(...)Há pessoas obececadas e apaixonadas por sapatos. Os sapatos eram bonitos, mas não se podia ficar a noite toda acordade a ler um par, pois não?”
“Esse é um dos paradoxos mais tristes da minha vida: quase tudo o que tenho escrito, foi escrito para alguém que não me pode ler, e mesmo este livro não passa de uma carta para uma sombra [22].”
“Quando se segue um caminho, rumo a uma mudança na nossa vida, não vale a pena parar para cheirar as rosas, digam os famosos livros de auto-ajuda o que disserem. As rosas têm espinhos, e cheirá-las pode ter muito maus resultados. Uma pessoa pode auto-mutilar-se ao fim de anos sem o fazer e acabar por passar a noite no chão da casa de banho, demasiado fraca para se mexer. Parar para cheirar as rosas pode enterrar essa pessoa debaixo de toneladas de memórias de tempos e de coisas que fez que preferia esquecer. Pode acabar por se lembrar que tem um propósito na vida e obrigar-se a voltar ao plano inicial, sabendo, no entanto, que, se não se tivesse distraído com as rosas, já poderia ter alcançado os seus objectivos.”
“Os momentos não chegam nunca tarde nem cedo, chegam à hora deles, não temos de agradecer-lhes as coincidências, quando ocorram, entre o que tinham para propor e o que nós necessitávamos.”
“"Ter medo de errar é um erro. É sempre um erro. E é o único erro que não tem perdão. Sou maravilhado por quem erra. Por quem sabe que, por fazer, por tentar, pode errar. E são as melhores pessoas, convence-te disso, quem mais erra. São as pessoas que vão aos limites (e os ultrapassam sempre que lá chegam), que se testam como se não houvesse amanhã, como se o agora fosse tudo o que há para haver. E é: o agora é tudo o que há para haver.”