“Porque mostrei enfado com as diligências necessárias para despachar a bagagem, considerou que sofria de horror aos preparativos das viagens, rotulando-me de efodiofóbico.”
“Ali, onde o mar quebra, num cachãoRugidor e monótono, e os ventoserguem pelo areal os seus lamentos,Ali se há-de enterrar meu coração.Queimem-no os sóis da adusta solidãoNa fornalha do Estio, em dias lentos;Depois, no Inverno, os sopros violentosLhe revolvam em torno o árido chão…Até que se desfaça e, já tornadoEm impalpável pó, seja levadoNos turbilhões que o vento levanter…Com suas lutas, seu cans ado anseio,Seu louco amor, dissolva-se no seioDesse infecundity, desse amargo mar!”
“A Poesia é a confissão sincera do pensamento mais íntimo de uma idade”
“Que gente! Que coisas! Que opiniões! Que vida! Sinto entre mim e o meu país a distância abismosa deste sentimento: o desprezo. (...) O silêncio é a única resposta possível.”
“A metafísica e a ciência não são pois rivais, mas colaboradoras na obra do conhecimento, e a concepção metafísica e a científica não devem ser representadas como duas esferas opostas, mas como dois círculos concêntricos.”
“Este último capítulo é todo de negativas. Não alcancei a celebridade do emplasto, não fui ministro, não fui califa, não conheci o casamento. Verdade é que, ao lado dessas faltas, coube-me a boa fortuna de não comprar o pão com o suor do meu rosto. Mais; não padeci a morte de D. Plácida, nem a semidemência do Quincas Borba. Somadas umas coisas e outras, qualquer pessoa imaginará que não houve míngua nem sobra, e conseguintemente que saí quite com a vida. E imaginará mal; porque ao chegar a este outro lado do mistério, achei-me com um pequeno saldo, que é a derradeira negativa deste capítulo de negativas: — Não tive filhos, não transmiti a nenhuma criatura o legado da nossa miséria.”
“(...) a pior filosofia é a do choramingas que se deita à margem do rio para o fim de lastimar o curso incessante das águas. O ofício delas é não parar nunca; acomoda-te com a lei, e trata de aproveitá-la.”