“Eu nunca procuro derrotar o homem que estou a combater - explicou ele - procuro derrotar a confiança que ele tem em si próprio. Uma mente perturbada pela dúvida não se pode concentrar no curso em direcção a vitória. Dois homens são iguais, verdadeiramente iguais, só quando têm ambos uma autoconfiança igual”
“- Não sei se interprete as suas palavras como um galanteio, se não - replicou Scarlett, indecisa.- Não se trata de nenhum galanteio - explicou ele. - Quando é que perderá essa mania de imaginar galanteios em todas as palavras que os homens lhe dirigem?- Só depois de morta - respondeu ela.E sorriu, pensando que encontraria sempre homens que lhe dirigissem piropos, mesmo que Rhett nunca o fizesse.- Presunção e água benta cada qual toma a que quer - comentou Rhett. - Graças a Deus, tem ao menos uma virtude: a de ser sincera.”
“As aparições são, por assim dizer, pedaços ou fragmentos de outros mundos, o seu princípio. É claro que o homem são não tem motivo para vê-las, porque o homem são é o homem mais terreno, e deve viver uma vida terrestre, em harmonia e ordem. Mas quando adoece, ou quando a ordem terrena se altera no organismo, começa imediatamente a se mostrar a possibilidade de outro mundo, e, quanto mais doente, mais em contato com esse outro mundo ele se encontra, de maneira que, quando morre completamente, o homem vai direto para esse mundo”
“Acho que o Santo Graal é um sonho que os homens têm, um sonho de que é possível tornar o mundo perfeito. Se ele existisse, todos nós teríamos sabido que o sonho não pode se transformar em realidade.”
“por isso ele nunca saberá o quanto o amo: e não por ele ser bonito, Nelly, mas por ele ser mais eu, do que eu própria. Não sei de que são feitas as nossas almas, mas elas são iguais; e a de Linton é tão diferente da minha quanto um raio de lua é diferente de um relâmpago, ou o fogo do gelo.”
“Eu queria um dia escrever um livro. Eu não queria plantar uma árvore. Não queria um filho. Queria só um livro. Queria ler um livro que eu mesmo escrevesse. Um escritor disse uma coisa um dia. Eu não sei quem ele era. Só ouvi alguém dizer o que ele teria dito. Parecia arrogância, mas não era. Era auto-suficiência. Parece que perguntaram para ele o que ele lia, ou o quê ele estava lendo. “Quando quero ler um livro, eu mesmo o escrevo”. Eu queria ter dito isso. Eu queria poder escrever. Mas em mim só encontro o silêncio. E por isso, eu não sei escrever. Escrever, é claro que eu sei. Só não sei escrever um livro. Não consigo encontrar as palavras. Não consigo encontrar as palavras nas palavras. Só encontro minha voz, no que penso. Mas o que eu penso, ninguém ouve. O que eu penso é silêncio. Então eu me calo. O silêncio é minha voz.O silencio é a voz que eu calo.O silêncio é a voz que eu guardo.O silêncio, é lá onde eu moro.O silêncio sou eu.”