“São terríveis os Vossos Juízos, Senhor, pois a Vossa Verdade não é minha nem de qualquer outro, mas de todos nós, a quem manifestadamente convidais a participar dela. Vós nos admoestais reverissimamente a quem não queiramos tê-la como bem privado, para que não nos privemos dela. Efetivamente, quem revindica só para si próprio aquilo que ofereceis para o gozo de todos, querendo como particular o que é de todos, é repelido desses bens comuns para os seus, isto é, da verdade para a mentira. 'Com efeito, quem fala de si próprio mente'.”
“E quem é que os americanos não destruíram? Olha o que eles estão a fazer no Médio Oriente. É a mesma coisa.…Mas os Vietnamitas derrotaram-nos, porque eram um povo unido. Ao contrário dos idiotas dos Árabes… os Ingleses puseram-nos uns contra os outros há cem anos e eles são demasiado ignorantes para o perceberem. Se fossem unidos, podiam conquistar o mundo.…A América não vai deixar ninguém conquistar o mundo, a não ser eles próprios. Rebentam com todos nós antes de deixarem seja quem for levar vantagem.”
“O principal é não mentir. Quem mente para si mesmo e dá ouvido à sua própria mentira chega a tal extremo que não consegue ver nenhuma verdade em si ou naqueles que o rodeiam e, por conseguinte, perde completamente o respeito por si e pelos outros. (...) Quem mente a si próprio pode ser o primeiro a ofender-se. Às vezes, é tão agradável uma pessoa se ofender, não é verdade? O indivíduo sabe que ninguém o injuriou, que tudo não passa de simples invenção, que ele próprio mentiu e exagerou apenas para criar um quadro, para fazer de um grão uma montanha - sabe tudo e, no entanto, se ofende. Ofende-se a ponto se sentir prazer na ofensa e, desse modo, atinge o verdadeiro ódio...”
“Quem investe apenas nos jovens que lhe dão retorno não é digno de ser chamado de educador. Um excelente educador abraça os alienados, atrai os que o decepcionaram, cativa os rebeldes, aposta nos que erram frequentemente, dá o melhor de si para aqueles em que ninguém acedita. Perdas sempre nos acompanharão; o que nos diferencia dos animais é o que fazemos com elas.”
“esse querido plano interior; o segredo da felicidade é não termos escrúpulos para connosco e termos o máximo de atenções para com todos os outros; de resto, o próprio tempo disse já adeus a todos os piratas da alma”
“O próprio são Tomás de Aquino diz isso, matarás, se necessário, matarás em nome da lei, diz Tomás de Aquino, quer dizer não é bem isso que ele diz, mas é mais ou menos isso, estou adaptando, entendeu? O que ele quer dizer é quem mata em nome da justiça não é um criminoso porque isso Não é crime, deu para entender?”
“A Verdade não tem rótulos. Ela não é budista, judaica, cristã, hindu ou muçulmana. Não é monopólio de quem quer que seja. Estes e outros rótulos sectários são obstáculos à Compreensão da Verdade, porque germinam no homem o individualismo, que é o espírito da separatividade e condicionamentos, como os preconceitos e outros, prejudiciais a sua mente. Isto é valido tanto em assuntos intelectuais, como em espirituais, e também nas relações humanas. Quando encontramos alguém, não o consideramos simplesmente um ser humano. Logo o identificamos com um rótulo: inglês, francês, alemão, japonês, judeu, branco ou preto, católico, protestante, budista etc. Imediatamente o julgamos com todos os preconceitos e atributos associados ao rótulo condicionado em nossa mente. E, não raro, acontece, na maioria das vezes, que o referido indivíduo está inteiramente isento dos atributos que lhe conferimos.Apaixonamo-nos de tal modo pelos rótulos discriminativos, que chegamos ao ponto de aplicá-los às qualidades e sentimentos humanos comuns a todos. Falamos de diferentes "tipos" de caridade como, por exemplo, a caridade budista, ou a caridade cristã e desprezamos os outros tipos de caridade. No entanto, a caridade não pode ser sectária, pois se o for, já não é mais caridade. A caridade é a caridade e nada mais; não é nem budista, nem cristã, hindu ou muçulmana. o amor de uma mãe para com seu filho é simplesmente o amor maternal, e este não é budista ou cristão, nem pode ter outras classificações.As qualidades, os defeitos e os sentimentos humanos como o amor, a caridade, a compaixão, a tolerância, a paciência, a amizade, o desejo, o ódio, a má vontade, o orgulho, a vaidade etc. não são rótulos sectários e não pertencem a uma religião em particular. O mérito ou demérito de uma qualidade, ou de uma falta, não se engrandece nem diminui pelo fato de ser encontrada num homem de uma determinada religião, ou mesmo sem nenhuma. Para quem procura a Verdade, não é importante saber de onde vem uma determinada idéia, ou qual a sua origem, nem é necessário saber se o ensinamento provém deste ou daquele mestre; o essencial é vê-la e compreendê-la. No Budismo não há dogmas; a dúvida cética é um dos impedimentos à clara compreensão da Verdade, do progresso espiritual, ou de qualquer outra forma de progresso. As raízes do mal estão na ignorância, causa das idéias errôneas. É um fato indiscutível que, enquanto houver do vida cética, perplexidade, incerteza, nenhum progresso é possível. Para progredir, precisamos libertarmo-nos da dúvida e para isso é necessário ver claramente, o que sé é possível quando a Verdade vem através da visão interior, adquirida pelo autoconhecimento.”