“[...]eu nunca tive porra de ideal nenhum, eu só queria era salvar a minha, veja só que coisa mais individualista elitista capitalista, eu só queria era ser feliz, cara, gorda, burra, alienada e completamente feliz.”
“-Você tem um cigarro?-Estou tentando parar de fumar.-Eu também. Mas queria uma coisa nas mãos agora.-Você tem uma coisa nas mãos agora.-Eu?-Eu.”
“- Tô me sentindo estranho hoje...- Por que?- Sei lá, hoje acordei com vontade de tudo que, com muito esforço, eu deixei de gostar...- Cigarros?- Também!- Do que mais?- Você.”
“Meditarias: as pessoas falam coisas, e por trás do que falam há o que sentem, e por trás do que sentem há o que são e nem sempre se mostra. Há os níveis não formulados, camadas imperceptíveis, fantasias que nem sempre controlamos, expectativas que quase nunca se cumprem e sobretudo como dizias, emoções.”
“Às vezes me lembro dele. Sem rancor, sem saudade, sem tristeza. Sem nenhum sentimento especial a não ser a certeza de que, afinal, o tempo passou. Nunca mais o vi, depois que foi embora. Nunca nos escrevemos. Não havia mesmo o que dizer. Ou havia? Ah, como não sei responder as minhas próprias perguntas! É possível que, no fundo, sempre restem algumas coisas para serem ditas. É possível também que o afastamento total só aconteça quando não mais restam essas coisas e a gente continua a buscar, a investigar — e principalmente a fingir. Fingir que encontra. Acho que, se tornasse a vê-lo, custaria a reconhecê-lo.”
“Eu não quero que seja pra sempre, nem que seja certo. Só quero que seja.”