“Eu canto porque o instante existeE a minha vida está completaNão sou alegre, nem sou tristeSou poeta”

Cecília Meireles

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Quote by Cecília Meireles: “Eu canto porque o instante existeE a minha vida … - Image 1

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“A água da minha memória devora todos os reflexos. Desfizeram-se, por isso, todas as minhas presençase sempre se continuarão a desfazer. É inútil o meu esforço de conservar-me; todos os dias sou meu completo desmoronamento”


“Inscrição Quem se deleita em tornar minha vida impossívelpor todos os lados?Certamente estás rindo de longe,ó encoberto adversário!Mas a minha paciência é mais firmeque todas as sanhas da sorte:mais longa que a vida, mais claraque a luz no horizonte.Passeio no gume de estradas tão gravesque afligem o próprio inimigo.A mim, que me importam espécies de instantes,se existo infinita?”


“Onde é que dói na minha vida,para que eu me sinta tão mal?quem foi que me deixou feridade ferimento tão mortal?Eu parei diante da paisagem:e levava uma flor na mão.Eu parei diante da paisagemprocurando um nome de imagempara dar à minha canção.Nunca existiu sonho tão purocomo o da minha timidez.Nunca existiu sonho tão puro,nem também destino tão durocomo o que para mim se fez.Estou caída num vale aberto,entre serras que não têm fim.Estou caída num vale aberto:nunca ninguém passará perto,nem terá notícias de mim.Eu sinto que não tarda a morte,e só há por mim esta flor;eu sinto que não tarda a mortee não sei como é que suportetanta solidão sem pavor.E sofro mais ouvindo um rioque ao longe canta pelo chão,que deve ser límpido e frio,mas sem dó nem recordação,como a voz cujo murmúriomorrerá com o meu coração...”


“RetratoEu não tinha este rosto de hoje,assim calmo, assim triste, assim magro,nem estes olhos tão vazios, nem o lábio amargo.Eu não tinha estas mãos sem força,tão paradas e frias e mortas;eu não tinha este coração que nem se mostra.Eu não dei por esta mudança,tão simples, tão certa, tão fácil:Em que espelho ficou perdida a minha face?”


“Como se Morre de Velhice Como se morre de velhiceou de acidente ou de doença,morro, Senhor, de indiferença.Da indiferença deste mundoonde o que se sente e se pensanão tem eco, na ausência imensa.Na ausência, areia movediçaonde se escreve igual sentençapara o que é vencido e o que vença.Salva-me, Senhor, do horizontesem estímulo ou recompensaonde o amor equivale à ofensa.De boca amarga e de alma tristesinto a minha própria presençanum céu de loucura suspensa.(Já não se morre de velhicenem de acidente nem de doença,mas, Senhor, só de indiferença.)”


“Encostei-me a ti, sabendo bem que eras somente onda. Sabendo bem que eras nuvem depus a minha vida em ti. Como sabia bem tudo isso, e dei-me ao teu destino frágil, fiquei sem poder chorar, quando caí.”