“Onde é que dói na minha vida,para que eu me sinta tão mal?quem foi que me deixou feridade ferimento tão mortal?Eu parei diante da paisagem:e levava uma flor na mão.Eu parei diante da paisagemprocurando um nome de imagempara dar à minha canção.Nunca existiu sonho tão purocomo o da minha timidez.Nunca existiu sonho tão puro,nem também destino tão durocomo o que para mim se fez.Estou caída num vale aberto,entre serras que não têm fim.Estou caída num vale aberto:nunca ninguém passará perto,nem terá notícias de mim.Eu sinto que não tarda a morte,e só há por mim esta flor;eu sinto que não tarda a mortee não sei como é que suportetanta solidão sem pavor.E sofro mais ouvindo um rioque ao longe canta pelo chão,que deve ser límpido e frio,mas sem dó nem recordação,como a voz cujo murmúriomorrerá com o meu coração...”