“Ninguém é perfeito... Ou por outra, este tipo era mas nós matámo-lo.”
“fazia-mos coisas muito simples, como atirar estrelas-do.mar ao mar ou partilhar um hambúrguer, e já nessa altura eu sabia que era uma afortunada. Eras o primeiro tipo que não estava sempre a tentar impressionar-me. Aceitaras-te como eras, mas, mais do que isso, aceitavas-me por aquilo que eu era. O que importava era só nós os dois.”
“mesmos o que nossa inteligência rejeitara, por julgá-lo a última reserva do passado, a melhor, aquela que, quando todas as nossas lágrimas parecem ter secado, sabe nos fazer chorar ainda. Fora de nós? Erre para melhor dizer, mas escondida a nossos próprios olhares, num esquecimento mais ou menos prolongado. É somente graças a tal esquecimento que pode de vez em quando, reencontrar o ser que já fomos, colocar-nos face a face àquela como o era essa criatura, sofrer de novo, porque não somos mais nós mas ele, e é quem amava a pessoa que agora nos é indiferente.”
“Como é que sabes que era amor?Bem, sabe-se que é amor quando tudo o que nos apetece fazer é estar com a outra pessoa, e sabemos mais ou menos que a outra pessoa sente o mesmo.”
“Segundo ele, o coração do homem era como a terra, metade iluminado pelo sol e metade pela sombra. (...) «Uma parte de nós vive cá em baixo e outra tende para as alturas. Viver é apenas ter consciência disso, sabê-lo, lutar para que a luz não desapareça, vencida pela sombra. Desconfie de quem é perfeito», dizia-me, «de quem tem as soluções já prontas no bolso, desconfie de tudo excepto daquilo que o coração lhe disser.»”
“Mas deveras estariam eles doido, e foram curados por mim, ou o que pareceu cura não foi mais do que a descoberta do perfeito desequilíbrio do cérebro?”