“Leva-me contigo para onde quiseres, seremos vagabundos se o dinheiro faltar.”
“Quantas vezes os tenho ouvido dizer a mesma frase que simboliza todo o absurdo, todo o nada, toda a insciência falada das suas vidas. É aquela frase que usam de qualquer prazer material: «é o que a gente leva desta vida»... Leva onde? leva para onde? leva para quê? Seria triste despertá-los da sombra com uma pergunta como esta... Fala assim um materialista, porque todo o homem que fala assim é, ainda que subconscientemente, materialista. O que é que ele pensa levar da vida, e de que maneira? Para onde leva as costoletas de porco e o vinho tinto e a rapariga casual? Para que céu em que não crê? Para que terra para onde não leva senão a podridão que toda a sua vida foi de latente? Não conheço frase mais trágica nem mais plenamente reveladora da humanidade humana. Assim diriam as plantas se soubessem conhecer que gozam do sol. Assim diriam dos seus prazeres sonâmbulos os bichos inferiores ao homem na expressão de si mesmos.”
“-Para onde é que vai o Kurika quando morrer, perguntou-me certo dia a minha filha, depois de um dos ataques do cão.-Para onde vamos todos nós.-Mas para onde?-Talvez o Kurika saiba. Eu não”
“Estamos caminhando para o socialismo, um sistema que, como se diz, só funciona no Céu, onde não precisam dele, e no Inferno, onde ele já existe.”
“Para viajar, basta ter dinheiro, basta ter tempo e também só basta querer ler! Escolha o livro pelo lugar que se passa, se você deseja estar incrívelmente em dois lugares ao mesmo tempo.”
“Ainda agora o mundo é livre para as almas grandes. Para os que vivem solitários ou aos pares ainda há muitos sítios vagos onde se aspira a fragrância dos mares silenciosos.”