“Dera-se então toda a um cão, o «Bilro»; uma criada despedida deu-lhe por vingança rolha cozida; o «Bilro» rebentou, e tinha-o agora empalhado na sala de jantar.”
“Será que me vou levantar para o almoço ou almoçarei no camarote? Há uma letargia suplicante que indica, «Toma-o na cama», mas não consigo dominar o desejo de explorar e o sentimento de expectativa de que algo está prestes a acontecer- e, por isso, decido almoçar na sala de jantar. Estou a dar a mim próprio um estímulo emocional. Nada acontece. Não conhecemos ninguém.”
“Garin tinha sido um peão, um peão fraco e controlado. Era o rei Eduardo quem tinha sido o verdadeiro traidor, o lobo no aprisco, o causador de todas as suas desgraças. Ele tinha sido o seu guardião. Tinha-se tornado o seu inimigo”
“Se o candidato for um cavalheiro, saberá o suficiente, e se não for um cavalheiro, por mais que saiba de nada lhe valerá.”
“Era a primeira vez que Sam via uma passagem de um combate de Homens contra Homens, e não lhe tinha agradado muito. Sentiu-se grato por não poder ver o rosto do morto. Perguntou a si mesmo como se chamaria o homem e donde teria vindo, se era realmente mau por natureza ou que mentiras e ameaças o tinham levado a percorrer o longo caminho da sua casa até ali, e se não teria, na realidade, preferido continuar lá em paz.”
“Serenado um pouco, abriu o livro e retomou a leitura. Esqueceu-se de si próprio por completo e bem podia então dizer que morrera. Sonhava no outro, ou melhor, o outro era um sonho que nele se sonhava, uma criatura da sua infinita solidão. Até que despertou com uma terrível pontada no peito. A personagem do livro acabara de lhe dizer de novo: «Devo repetir ao leitor que comigo morrerá.». E desta vez o efeito foi espantoso. O trágico leitor perdeu o conhecimento naquele seu leito de sofrimento espiritual; deixou de sonhar no outro e deixou de sonhar-se a si mesmo. E quando voltou a si, lançou fora o livro, apagou a luz e procurou adormecer, deixar de sonhar. Impossível! De quando em quando tinha de levantar-se para beber água; ocorreu-lhe que bebia no Sena, no espelho. «Estarei louco? - repetia -. Certamente que não, porque quando uma pessoa se pergunta se está louca é porque não está...». Levantou-se, pegou-lhe o fogo na lareira e queimou o livro, voltando em seguida a deitar-se. E conseguiu finalmente adormecer.”