“Filosofias, ideias, glórias profanas, gerações e impérios passam: são como os suspiros efêmeros do esforço humano: só ela permanece e permanecerá, a cruz - esperança dos homens, confiança dos desesperados, amparo dos frágeis, asilo dos vencidos, força maior da humanidade.”
“colava o seu belo seio contra o peito dele; as suas mãos corriam-lhe os braços numa carícia lenta e quente, dos pulsos aos ombros; depois, com um lindo olhar, estendia-lhe os lábios. Pedro colhia neles um longo beijo, e ficava consolado de tudo”
“Uma nação só vive porque pensa.Cogitat ergo est.A força e a riqueza não bastam para provar que uma nação vive de uma vida que mereça ser glorificada na história-como rijos músculos num corpo e ouro farto numa bolsa não bastam para que um homem honre em si a humanidade.”
“Aos políticos: «menos liberalismo e mais carácter»; aos homens de letras: «menos eloquência e mais ideia»; aos cidadãos em geral: «menos progresso e mais moral».”
“Assim acontece com as estrelas de acaso! Elas não são de uma essência diferente, nem contêm mais luz que as outras: mas, por isso mesmo que passam fugitivamente e se esvaem, parecem despedir um fulgor mais divino, e o deslumbramento que deixam nos olhos é mais perturbador e mais longo...”
“Na Cidade perdeu ele [o Homem]a força e beleza harmoniosa do corpo, e se tornou esse ser ressequido e escanifrado ou obeso e afogado em unto, de ossos moles como trapos, de nervos trémulos como arames, com cangalhas, com chinós, com dentaduras de chumbo, sem sangue, sem febra, sem viço, torto, corcunda(...).”
“Com cuidado, o Bento desenrolara o frasco, estendendo sobre o mármore da cómoda o pergaminho duro, onde a letra do século XVI se encarquilhava amarela e morta. E Gonçalo, abotoando o colarinho:- Ora aí está o que eu levo preciosamente, para deslindar o foro de Praga! Um pergaminho do tempo de D. Sebastião... E só percebo mesmo a data, mil quatrocentos... Não, mil quinhentos e setenta e sete. Nas vésperas da jornada de África... Enfim, serviu para embrulhar o frasco.”