“Tenho todos os defeitos dos outros e, no entanto, tudo o que eles fazem parece-me inconcebível.”
“Todos os que têm uma vida difícil, que são esmagados pela miséria, privados de todos os direitos, submetidos aos ricos e lacaios destes, todos, todo o povo deve ir ao encontro dos homens que por ele morrem nas prisões, que são torturados e mortos. Eles apontam a todos, sem fazerem caso dos seus interesses pessoais, o caminho da felicidade, eles não procuram enganar os outros: dizem que é um caminho difícil e não arrastam ninguém à força, mas logo que estivermos com eles, não somos capazes de deixá-los mais, porque vemos que têm razão, que esse caminho é belo e que não há outro.”
“Bem, amo o chão que ele pisa e o ar que o rodeia e tudo quanto ele toca e tudo o que ele diz. Gosto das feições dele e de todas as suas acções;gosto dele todo. Pronto!”
“Onde terá ficado aquela criança que apenas conhece da fotografia e cuja memória há muito se perdeu na sedimentação dos dias? Não se recorda quando se separaram. Quando um deixou de ser o outro. Onde está nele aquela criança? O homem que é hoje é o resultado de todos os dias daquela criança? E se os dias tivessem sido outros, seria outro homem? Se ele pudesse apagar alguns dias, seriam todos os outros suficientes para para ele ser quem hoje é? Apagar alguns dias. Apagar um dia, que fosse aquele dia. Será o homem apenas o conjunto das suas memórias ou será antes a soma de todos os seus esquecimentos?”
“Sim, é uma horrenda injustiça. Eu faço uma grande distinção entre as pessoas. Escolho os amigos pela aparência, os conhecidos pelo carácter e os inimigos pelo intelecto. Nunca é demais o cuidado que se põe na escolha dos inimigos. Não quero um que seja parvo. Todos eles têm uma certa intelectualidade, e, por conseguinte, todos eles me apreciam. É ser muito vaidoso? Parece-me que é sê-lo um bocadinho.”
“E quem é que os americanos não destruíram? Olha o que eles estão a fazer no Médio Oriente. É a mesma coisa.…Mas os Vietnamitas derrotaram-nos, porque eram um povo unido. Ao contrário dos idiotas dos Árabes… os Ingleses puseram-nos uns contra os outros há cem anos e eles são demasiado ignorantes para o perceberem. Se fossem unidos, podiam conquistar o mundo.…A América não vai deixar ninguém conquistar o mundo, a não ser eles próprios. Rebentam com todos nós antes de deixarem seja quem for levar vantagem.”