“O homem não difere do animal senão em saber que o não é. É a primeira luz, que não é mais que treva visível. É o começo, porque ver a treva é ter a luz dela. É o fim, porque é o saber, pela vista, que se nasceu cego. Assim o animal se torna homem pela ignorância que nele nasce”
“Para o homem vulgar, sentir é viver e pensar é saber viver. Para mim, pensar é viver e sentir não é mais que o alimento de pensar.”
“O esclavagismo tem diversas versões; múltiplos regímenes. Não tem sempre a mesma forma. Nuns casos eles são escravos porque lhes dizem que o são. Esta é a escravatura honesta. Noutros casos: eles são escravos porque lhes dizem que não o são. Esta é a escravatura desonesta: a do escravo que é escravo porque o convencem de que não o é. No extremo da desonestidade temos a escravatura em que não se limitam a dizer ao escravo que o escravo não é escravo: dizem-lhe que é livre.”
“Viver - não é? - é muito perigoso. Porque ainda não se sabe. Porque aprender-a-viver é que é o viver, mesmo.”
“Aquilo que, creio, produz em mim o sentimento profundo, em que vivo, de incongruência com os outros, é que a maioria pensa com a sensibilidade, e eu sinto com o pensamento.Para o homem vulgar, sentir é viver e pensar é saber viver. Para mim, pensar é viver e sentir não é mais que o alimento de pensar.”
“O que custa mais não é tanto lembrar - é não esquecer. O que é que se faz com o que nos fica na cabeça, quando já não há nada para fazer”