“Que importa àquele que já nada importaQue o um perca e outro vença,Se a aurora raia sempre,Se cada ano com a primaveraAparecem as folhasE com o outono cessam?”
“Nada desejar e nada recear... Não se abandonar a uma esperança - nem a um desapontamento. Tudo aceitar o que vem e o que foge, com a tranquilidade com que se acolhem as naturais mudanças de dias agrestes e de dias suaves.”
“(...) o peso da dor nada tem que ver com a qualidade da dor. A dor é o que se sente. Nada mais. Desisto definitivamente de me iludir com a minha força de adulto sobre o peso de uma amargura infantil. Exactamente porque toda a vida que tive sempre se me representa investida da importância que em cada momento teve. Como se eu jamais tivesse envelhecido. Exactamente porque só é fútil e ingénua a infância dos outros - quando se não é já criança.”
“Acabei aprendendo que a gente sempre verá alguém reagindo de um jeito diferente, conforme o sentido que uma palavra ganhe na cabeça dessa pessoa. Para você, A pode significar apenas A; já um outro pode entender que A é o que vem antes de B, C e D. Você pode olhar para o copo com água até a metade e achar que está meio cheio, outro pode ver o mesmo copo e pensar que ele está meio vazio. E cada um vai reagir de acordo com o sentido que dá para cada coisa na vida.”
“Estava convencido de que uma mulher que se deita com um homem uma vez, continua a deitar-se com ele sempre que ele o quiser, sempre que a saiba enternecer.”
“Vampiros é o que está a dar – diz o editor – vampiros e sexo desenfreado para senhoras que já não fazem sexo, nem desenfreado nem com freio. Não podemos errar se fizermos um livro em que senhoras que já não fazem sexo, fazem sexo desenfreado com vampiros; ou se fizermos um livro sobre senhoras que, sendo vampiras, já não fazem sexo e acabam por fazê-lo de forma desenfreada.”