“A luz dos meus olhos se foi, saltitando de poça em poça até o meu fosso mais sombrio.”
“Dos meus olhos chovem lágrimas de um amanhecer sombrio.”
“Meu momento já passou. Bem na frente dos meus olhos. Agregando-se as minhas partículas.”
“Pára, meu coração!Não penses! Deixa o pensar na cabeça!Ó meu Deus, meu Deus, meu Deus!Hoje já não faço anos.Duro.Somam-se-me dias.Serei velho quando o for.Mais nada.Raiva de não ter trazido o passado roubado na algibeira!...O tempo em que festejavam o dia dos meus anos!...”
“Todos nós temos necessidade de ser olhados. Podemos ser classificados em quatro categorias, segundo o tipo de olhar sob o qual queremos viver.A primeira procura um olhar de um número infinito de olhos anônimos, em outras palavras, o olhar do público.(...)Na segunda categoria, estão aqueles que não podem viver sem o olhar de numerosos olhos famliares. São os organizadores incansáveis de coquetéis e jantares. São mais felizes que os da primeira categoria, que, quando perdem o seu público, imaginam que a luz se apagou na sala de suas vidas. É o que acontece a todos, mais dia, menos dia. As pessoas da segunda categoria, pelo contrário, sempre conseguem arrumar quem as olhe. (...)Em seguida, vem a terceira categoria, as dos que têm necessidade de viver sob o olhar do ser amado. A situação deles é tão perigosa quanto a daqueles do primeiro grupo. Basta que os olhos do ser amado se fechem para que a sala fique mergulhada na escuridão.(...)Por fim, existe a quarta categoria, a mais rara, a dos que vivem sob os olhares imaginários dos ausentes. São os sonhadores. Por exemplo, Franz. Se ele chegou até a fronteira do Camboja, foi unicamente por causa de Sabina. O ônibus chacoalha na estrada da Tailândia e ele sente que os olhos de Sabina estão pousados sob ele.”
“Ao invés de passar o dia atrás de condizer com as ficções sociais eu satisfaço os meus próprios desejos: dos menos alheios até mesmo aos mais carnais.”