“A palavra debate-se furiosamente numa sobreposição de significados ou ângulo de mistura, o contexto ao seu redor a colapsa fazendo-a assumir o sentido mais provável.”
“...as palavras perdem muito do seu significado, tornam-se ocas, e vem ao de cima toda a banalidade que se esconde por detrás das coisas mais extraordinárias.”
“Tanto para o masculino como para o feminino, a totalidade só é atingível quando, numa união dos opostos, o dia e a noite, o mais alto e o mais baixo, as consciências patriarcal e matriarcal, chegam ao seu próprio modo de produtividade e mutuamente se complementam, fertilizando um ao outro.”
“Diferentemente de Newton e de Schopenhauer, seu antepassado não acretitava num tempo uniforme, absoluto. Acreditava em infinitas séries de tempos, numa rede crescente e vertiginosa de tempos que se aproximam, se bifurcam, se cortam ou que secularmente se ignoram, abrange todas as possibilidades. Não existimos na maioria desses tempos; nalguns existe o senhor e não eu. Noutros, eu, não o senhor; noutros, os dois. Neste, que um acaso favorável me surpreende, o senhor chegou a minha casa; noutro, o senhor, ao atravessar o jardim, encontrou-me morto; noutro, digo estas mesmas palavras, mas sou um erro, um fantasma.”
“O que resta em mim? Se não tudo o que eu quis te dizer mas para o qual as palavras não correspondiam ao significado adequado.”
“Escrever produz um processo de decoerência colapsando meus estados quânticos sobrepostos, somando meus valores vetoriais oscilantes e o ângulo de mistura resultante me impele adiante, me compele a compilar tomos e mais tombos de tomos sobre a realidade.”