“Algumas pessoas fumam pedra, o que explica certas atitudes; outras parecem que fumam pedra, pois explicaria várias atitudes.”
“- Também fiz outra experiência, senhor doutor.- Que experiência?- Bem ... Não sei como explicar. É assim mastigar as palavras.- Mastigar as palavras?- Bem... É assim: a gente diz, por exemplo, pedra, madeira, estrelas ou qualquer coisa assim. E repete: pedra, pedra, pedra” muitas vezes e depois pedra já não quer dizer nada.Como, Carolino? Sabes então já a fragilidade das palavras, acaso o milagre de um encontro através delas connosco e com os outros? E saberás o que vive em ti, o que te vive, e as palavras ignoram?”
“Como é que sabes que era amor?Bem, sabe-se que é amor quando tudo o que nos apetece fazer é estar com a outra pessoa, e sabemos mais ou menos que a outra pessoa sente o mesmo.”
“Algumas pessoas querem o simples, o banal e o tranquilo. Isso não faz com que as pessoas que querem o complicado, o extraordinário e o emocionante sejam gananciosas ou egoístas. Querer é querer, qualquer que seja o sonho.”
“É curioso: tenho notado que as pessoas em geral simpatizam comigo à primeira vista. No entanto, sou um tipo arisco e distante. Não que eu queira mal aos homens ou que os tema a ponto de procurar fugir-lhes ao contato. Alguém já disse que na minha atitude para com o mundo há muito de orgulho. Engano. Não tenho atitude nem orgulho. Uma paisagem bela tem a força de me comover até as lágrimas. Mas a paisagem humana é a que mais me interessa. O mistério das almas me seduz. Esta vaga sensação de desconfiança que me envolve quando estou em companhia dos homens vai por conta de velhas decepções.”
“Os homens pensam que possuem uma mente, mas é a mente que os possui. Há pessoas que amam o poder, e outras que tem o poder de amar”