“Ao nascer me intitularam de Filipe a fim de me convocarem à mesa para jantar.”
“Será que uma lágrima podia simbolizar a vida de um humano? De um ser? Nascer, percorrer o seu caminho, fazer as suas escolhas de vida, tomar desvios ou atalhos, para depois, chegar à ravina onde tudo acabava. Frágil ao ponto de qualquer coisa a puder impedir de continuar caminho, um obstáculo que põe fim a tudo. Seria assim a vida, tal como uma lágrima?”
“E eu pergunto aos economistas políticos, aos moralistas, se já calcularam o número de indivíduos que é forçoso condenar à miséria, ao trabalho desproporcionado, à desmoralização, à infâmia, à ignorância crapulosa, à desgraça invencível, à penúria absoluta, para produzir um rico?”
“Senta-te ao meu lado, estende os pés ao luar sem dizer nada: ao fim de muitos anos aprendemos a verdade, na aparição da graça, num limiar de presença...”
“Conforta-me pensar que a vida não começa nem acaba aqui. Um dia regressaremos ao lugar de onde viemos, um lugar de repouso e de paz, um lugar livre de mágoas. Mas quantos lugares de dor teremos de atravessar para alcançá-lo? Quanta tristeza, quanto sofrimento, quanta crueldade no destino do Homem! E se o mundo é repleto de maravilhas é só para não perdermos de vista a morada original, que nos aguarda ao fim dos nossos doze trabalhos de Hércules, e a que os poetas e os místicos chamam paraíso e eu chamo, simplesmente, amor. As guerras fazem-se para alcançar a paz, ensinaram-nos durante séculos. (...)O sofrimento serve para alcançar a bem-aventurança, invento eu, para não morrer de desespero.”
“Me proponho a fornecer condições para que haja um maior número de microestados acessíveis aos leitores.”