“As portas se calam para as paredes recomeçarem.”
“Os pássaros ficavam encolhidos a um canto, tentando evitar olhar para aquela porta aberta, desviavam os olhos da liberdade, que é uma das portas mais assustadoras. Só se sentiam livres dentro de uma prisão.”
“A estrada avança sempre, sempre,A partir da porta onde começou.Agora a estrada chegou muito longeE tenho de segui-la, se puder.De percorrê-la com pés fatigados,Até se fundir noutro caminho maior,Onde se encontram muitos caminhos e missões.E depois, para onde? Não sei dizer.”
“Quando ouvimos os sinos, ouvimos aquilo que já trazemos em nós mesmos como modelo. Sou da opinião que não se deverá desprezar aquele que olhar atentamente para as manchas da parede, para os carvões sobre a grelha, para as nuvens, ou para a correnteza da água, descobrindo, assim, coisas maravilhosas. O génio do pintor há-de se apossar de todas essas coisas para criar composições diversas: luta de homens e de animais, paisagens, monstros, demónios e outras coisas fantásticas. Tudo, enfim, servirá para engrandecer o artista.”
“Não se dirá: Quando a nogueira balançou no ventoMas sim: Quando o pintor de paredes esmagou os trabalhadores.Não se dirá: Quando o menino fez deslizar a pedra lisa pela superfície da correntezaMas sim: Quando prepararam as grandes guerras.Não se dirá: Quando a mulher foi para o quartoMas sim: Quando os grandes poderes se uniram contras os trabalhadores.Não se dirá: Os tempos eram negrosE sim: Por que seus poetas silenciaram?”
“Batem as portas em tons de suicídio, como se fossem um corpo a cair do nono andar.”