“Cada nano injustiça gruda a mim e só consigo removê-la inoculando-a com palavras.”
“O amor se acumulou dentro de mim assumindo o volume arquitetural de diversos clones, cada um com sensibilidades e inteligências próprias.”
“José Cortinhal foi sempre um homem muito calado, só falava quando a isso era obrigado e parecia que as palavras que conhecia eram tão poucas que estava sempre com medo que elas se acabassem. Dizia uma palavra e deixava o silêncio tomar conta dela até a asfixiar, e só depois dizia outra. O silêncio parecia também servir para falar.”
“Cada lágrima e cada sorriso encontrarão voz em mim, a lhe fazer jus.”
“Estás só, ninguém o sabe, cale e finge, murmurou estas palavras em outro tempo escritas, e desprezou-as por não exprimirem a solidão, só o dizê-la, também ao silêncio e fingimento, por não serem capazes de mais que dizer, porque elas não são, as palavras, aquilo que declaram, estar só, caro senhor, é muito mais que conseguir dizê-lo e tê-lo dito.”
“Não só não me reprimo como também me concentro, consolidificando em mim abstratificações cada vez mais supersimétricas.”