“Entre lágrimas e à beira do abismo eu toco a tessitura tectônica do que existe.”
“Mas não se engane, observador objetivo só entre lágrimas e à beira do abismo é que eu toco a tessitura tectônica do que existe.”
“Eu sou à beira do abismo entre lágrimas em chamas.”
“Me alimento de farelos e migalhas chafurdando na radiação cósmica de fundo, devorando a própria tessitura tectônica do que existe.”
“Entre eu e você o mundo entardece, obscurecido pelo desejo. Entre eu e você corpos evisceram, transtornados pelo desejo. Entre eu e você mais que diálogo, conjulgação; nós, dois vetores do desejo em um só, um só plasma inerte, entrópico e universal.”
“oh, a medonha coragem dos que vão arrancando de si, dia a dia, a doçura da saudade do que passou, o encanto novo da esperança do que há-de vir, e que serenamente, desdenhosamente, sem saudades nem esperanças, partem um dia sem saber para onde, aventureiros da morte, emigrantes sem eira nem beira, audaciosos esquadrinhadores de abismos mais negros e mais misteriosos que todos os abismos escancarados do mundo”