“Eu abomino a exposição repetitiva e/ou prolongada à pele de indivíduos com os quais não desenvolvi intimidade prévia alguma.”
“Quantas vezes troquei de pele? Quantos exoesqueletos abandonei pelo caminho? Quantos clones siameses de mim em mim eu sacrifiquei em nome de minha sobrevivência?! Eu durmo com fantasmas e acordo com sombras, o que aconteceu volta em frases ou pesadelos.”
“Portanto - disse a Srta. Tilney -, a senhorita crê que os historiadores não são felizes ao deixar sua imaginação voar. Eles demonstram possuí-la, mas não conseguem despertar o interesse. Eu gosto de História, e não me importo de aceitar o que é falso junto com o que é verdadeiro. Para descrever os fatos principais, eles buscam informações em registros e em outros livros que são tão confiáveis, creio eu, quanto qualquer coisa que não se passe diante de nossos próprios olhos. E quanto aos pequenos adornos aos quais se refere, são apenas adornos, e gosto deles como tal. Se um discurso for bem escrito, eu o lerei com prazer, não importa quem seja o autor. E leio com mais prazer ainda se tiverem sido produzidos pelo Sr. Hume e pelo Sr. Robertson do que se fossem as palavras genuínas de Caractacus, Júlio Agrícola ou ALfredo, o Grande.”
“E com a pele? Eu movo meus cílios para vir e ver a realidade.”
“Eu que me aguente comigo e com os comigos de mim.”
“Eu, ainda que diante de Vós me despreze e me tenha em conta de terra e cinza, sei de Vós algumas coisas que não conheço de mim [...]. Sei que em nada podeis ser prejudicado, mas ignoro a que tentações posso ou não posso resistir.”