“Eu nem pratico monogamia mas você me polarizou, agora os meus olhos só enxergam o teu halo de luz.”
“Pedro, Pedro, é do teu silêncio que eu preciso agora, levante as viseiras, passeie os olhos, solte-lhes as rédeas, mas contenha a força e o recato da família, e o ímpeto áspero da tua língua, pois só no teu silêncio úmido, só nesse concerto esquivo é que reconstituo, por isso molhe os lábios, molhe a boca, molhe os teus dentes cariados, e a sonda que desce para o estômago, encha essa bolsa de couro apertada pelo teu cinto, deixe que o vinho vaze pelos teus poros, só assim é que se cultua o obsceno”
“— Mas o que é que você faria com o Graal?— Eu iria usá-lo.— Para quê?— Para livrar o mundo do pecado.— Seria um trabalho notável, mas nem Cristo conseguiu realizá-lo.— Você pára de eliminar ervas daninhas entre os vinhedos só porque elas sempre voltam a nascer?”
“Onde, não os teus olhos, mas o teu olhar?”
“De vez em quando eu vou ficar esperando você numa tarde cinzenta de inverno, bem no meio duma praça, então os meus braços não vão ser suficientes para abraçar você e a minha voz vai querer dizer tanta, mas tanta coisa que eu vou ficar calada um tempo enorme. só olhando você, sem dizer nada só olhando e pensando: “meu Deus, mas como você me dói de vez em quando…”
“Você danificou meu tecido holográfico e agora eu não consigo mais me renderizar, restaure meus nódulos de processamento.”