“Iluminado pela claridade natural da existência cultivei ao meu redor uma clareira de revelações, um oásis envolto por uma redoma de carne e osso, meu próprio corpo.”
“Por um instante, vislumbrei Max na cama, o corpo nu forte e suado colado ao meu, os cabelos desgrenhados, a pela levemente corada pelo esforço físico, a mão grande brincando com meus cabelos, meu rosto, os lábios se abrindo num sorriso sensual antes de descer para cobrir minha boca mais uma vez...”
“De repente, senti como se a terra estivesse escorregando debaixo de mim e o céu estava expandindo e recuando. Algum momento depois eu experenciei uma força terrível que brotava da base do meu corpo como uma explosão atômica. Eu senti que eu estava vibrando muito rápido, as correntes de luzes eram terríveis. Eu experenciei a suprema bem aventurança, como o clímax do desejo de um homem, e isso continuou por longo tempo. Todo o meu corpo estava se contraindo, até que o sentimento de prazer tornou-se bastante insuportável e eu perdi completamente a consciência de meu corpo.”
“Há dias iluminados por pequenas coisas, pequeninos nadas que nos tornam incrivelmente felizes; uma tarde a comprar antiguidades, um brinquedo antigo que encontramos no ferro-velho, uma mão que agarra a nossa mão, um telefonema de que não estávamos à espera, uma palavra doce, o filho que nos abraça sem pedir outra coisa senão um momento de amor.Há dias iluminados por pequenos instantes de graça, um cheiro que nos enche a alma de alegria, um raio de sol que entra pela janela , o barulho de uma chuvada quando ainda estamos na cama, ou a chegada da Primavera e dos seus primeiros rebentos.”
“Nunca escrevi uma história ou romance com o intuito de simplesmente enviar uma mensagem política direta, tal como ‘parem de construir assentamentos nos territórios ocupados’ ou ‘reconheçam o direito dos palestinos a Jerusalém Oriental’. Nunca escrevo um romance alegórico a fim de dizer a meu povo ou a meu governo para fazer isso ou aquilo. Para isso, utilizo meus artigos. Se há uma mensagem metapolítica em meus romances, é sempre uma mensagem, de uma maneira ou de outra, de um compromisso, compromisso doloroso, e da necessidade de escolher a vida em lugar da morte, a imperfeição da vida em lugar das perfeições da morte gloriosa. p. 98/9.”
“Quando uma camionete vermelha me atropelou o pé meu corpo gritou uma dor capaz de paralisar o tempo aglutinando-o em coágulos de sangue.”