“Já atingi minha cota de sofrimento, esvaziei gota a gota meu reservatório de lágrimas e desde então respondo aos campos minados por desconforto com um mais que obeso não.”
“Desfiando-me em radiação cósmica de fundo, você abduz minha atenção gota a gota sem se eximir de um suspiro sequer.”
“A vida peca contra nós deteriorando-nos, gota a gota, de lágrima.”
“Justa causa perdida? Ao se tratar do outro lavo as minhas mãos e não as ponho no fogo por ti nem para secar, enxugo-as na mesma toalha de rosto com a qual estanquei suor e lágrimas.”
“Levei meu aparelho digestivo para a assistência técnica, lá me disseram que a validade já venceu, eu então apelei pro tráfico de órgãos onde comprei dois pelo preço de um, posso enfim voltar a engolir as porcarias com as quais antes eu me engasgava por não fazer parte do esquema.”
“Desfio as fibras de meu coração para diluir o coágulo e gota a gota caem pela folha em pontuação e de esguicho em esguicho se preenche os vãos da oração.”
“Ao nascer alguém costurou meu nome na boca do sapo e desde então durmo com fantasmas, acordo com sombras.”