“Levei meu aparelho digestivo para a assistência técnica, lá me disseram que a validade já venceu, eu então apelei pro tráfico de órgãos onde comprei dois pelo preço de um, posso enfim voltar a engolir as porcarias com as quais antes eu me engasgava por não fazer parte do esquema.”
“Como eu posso ter vergonha de ser uma coisa que eu não tenho como não sê-la? Como eu posso ter orgulho?! Sai pra lá, Exu.”
“Já atingi minha cota de sofrimento, esvaziei gota a gota meu reservatório de lágrimas e desde então respondo aos campos minados por desconforto com um mais que obeso não.”
“Eu pagaria o dobro do que te pagarão pelo que tu me roubaste para não pagar o triplo por um novo.”
“Mas quem eu ainda nem sou já me chama, me seduzindo com vislumbres de um outro que não consigo nem pronunciar muito menos decifrar.”
“A certeza de que eu posso me matar me dá a segurança necessária para eu viver a vida e a sua incerteza.”
“Tu deixas um rastro na escuridão para eu poder te encontrar, pelo qual eu me embrenho adivinhando o caminho através do gosto, do teu gosto que ficou no meu corpo.”