“Me livro em livro, de toda carcaça carnal.”
“Quando leio transformo livro em fichamentos, quando escrevo transformo fichamentos em livro.”
“Os homens desesperados vivem em cantos. Todos os homens que amam vivem em cantos. Todos os leitores de livros vivem em cantos.”
“Os livros que o mundo classifica de imorais são livros que mostram ao mundo a sua própria vergonha”
“O livro que espalma a flor nas suas págimas transforma-a em borboleta.”
“Em suma, é preciso confessar que existem dois tipos de leitura: a leitura em animus e a leitura em anima. Não sou o mesmo homem quando leio um livro de idéias, em que o animus deve ficar vigilante, pronto para a crítica, pronto para a réplica, ou um livro de poeta, em que as imagens devem ser recebidas numa espécie de acolhimento transcendental dos dons. Ah, para fazer eco a esse dom absoluto que é uma imagem de poeta seria necessário que nossa anima pudesse escrever um hino de agradecimento! O animus lê pouco; a anima, muito.Não é raro o meu animus repreender-me por ler demais.Ler, ler sempre, melíflua paixão da anima. Mas quando, depois de haver lido tudo, entregamo-nos à tarefa, com devaneios, de fazer um livro, o esforço cabe ao animus. E sempre um duro mister, esse de escrever um livro. Somos sempre tentados a limitar-nos a sonhar.”