“Na infância se usufrui da proximidade e ao crescer nossos espinhos de alfinetada a estocada vão nos distanciando cada vez mais até que na solidão mais palpável e incomunicável eu mal consigo lembrar do teu rosto, mãe.”
“Na infância eu queria uma amizade satisfatória, na adolescência eu queria um namoro satisfatório e agora eu não sonho mais com alegrias: eu quero apenas condizer comigo.”
“O que eu quero? Eu não sou mais a mesma pessoa e anseio acalentar esse não mais eu e niná-lo até o além.”
“Tomo a mão da intuição e juntos saltitamos os padrões de calçada cada vez mais comidos pela terra.”
“Me deixe esbarrar cegamente no que existe, me deixo provar na pele o sabor do que existe e quando eu encontrar o teu abrirei os olhos já não mais para ver mas sim para contemplar.”
“Uma parte da vida eu vivo na velocidade da luz saltando de acontecimentos a acontecimentos sem entendê-los e na outra parte da minha vida eu compreendo o que me aconteceu na forma de som.”
“Justa causa perdida? Ao se tratar do outro lavo as minhas mãos e não as ponho no fogo por ti nem para secar, enxugo-as na mesma toalha de rosto com a qual estanquei suor e lágrimas.”