“No zigurate despertei do meu sono milenar apenas para me deparar com uma civilização extinta, as ruínas do meu reino me mantinham em sarcófago.”
“Eu te teci através do meu desejo para me cobrir em braços e abraços, me selar com um beijo.”
“Fiquei ali, com o corpo moído e doído, as lágrimas correndo pelo meu rosto, às vezes chegando aos meus lábios, me fazendo sentir seu gosto salgado. Em minha cabeça, eu tinha apenas fantasias. Um monte de situações imaginárias em que eu acabava com meu pai, em que eu fazia que nem se faz com um inseto asqueroso.”
“Das mesmas cinzas em que meu predecessor teve seu fim prematuro eu me ergui em uma última melodia.”
“Duas almas, oh! moram dentro do meu peito,E aí lutam por um indivisível reino;Uma aspira pela terra, com vontade apaixonadaÀs íntimas entranhas ainda está ligada.Acima das névoas, a outro aspira, de certeza,Com ardor sagrado por esferas onde reine a pureza”
“De tudo ao meu amor serei atentoAntes, e com tal zelo, e sempre, e tantoQue mesmo em face do maior encantoDele se encante mais meu pensamento.Quero vivê-lo em cada vão momentoE em seu louvor hei de espalhar meu cantoE rir meu riso e derramar meu prantoAo seu pesar ou seu contentamentoE assim, quando mais tarde me procureQuem sabe a morte, angústia de quem viveQuem sabe a solidão, fim de quem amaEu possa me dizer do amor (que tive):Que não seja imortal, posto que é chamaMas que seja infinito enquanto dure.”