“Nós cumprimos com a nossa parte da barganha: oferecemos nosso mundo ao sacrifício. Agora, cataclisma, nos faça inteiro de novo.”
“Tome a minha mão e nos faça inteiro de novo.”
“A vida e nossos vícios, nossas perdas, nossos encontros: quanto mais nos relacionamos com os outros, mais conhecemos a nós mesmos”
“Mas nós assoamos nossos sonhos e os jogamos no lixo para que não nos atrapalhem ao atropelarmos nosso íntimo com sexo hostil, amizade nociva e família original de fábrica.”
“mesmos o que nossa inteligência rejeitara, por julgá-lo a última reserva do passado, a melhor, aquela que, quando todas as nossas lágrimas parecem ter secado, sabe nos fazer chorar ainda. Fora de nós? Erre para melhor dizer, mas escondida a nossos próprios olhares, num esquecimento mais ou menos prolongado. É somente graças a tal esquecimento que pode de vez em quando, reencontrar o ser que já fomos, colocar-nos face a face àquela como o era essa criatura, sofrer de novo, porque não somos mais nós mas ele, e é quem amava a pessoa que agora nos é indiferente.”
“Quantas vezes contamos a história da nossa vida? Quantas vezes adaptamos, embelezamos, fazemos cortes matreiros? E, quanto mais a vida avança, menos são os que à nossa volta desafiam o nosso relato, para nos lembrar que a nossa vida não é a nossa vida, é só a história que contámos sobre a nossa vida. Que contámos aos outros mas — principalmente — a nós próprios.”