“O abandono me amargurou necrosando meu cotidiano de sentimentos, outrora, até mesmo doces.”
“Purifica o teu coração antes de permitires que o amor entre nele, pois até o mel mais doce azeda num recipiente sujo.”
“Esqueci de despistar o desaforo: ele me seguiu até dentro de casa, com olhos redondos, com seu focinho protuberante puxa a barra da minha calça, cutuca meu joelho e amarrota meu sossego.”
“O amor é isso mesmo meu caro Kafka. Tu é que andas sempre nas nuvens e experimentas todos esses sentimentos maravilhosos, do mesmo modo que só tu é que desces ao abismo mais profundo da angústia. E o teu corpo e a tua alma têm de suportar. Estás entregue a ti próprio.”
“Até mesmo hoje, vários anos depois, partes de mim ainda se desmancham sobre o reverberar daquela dor.”
“De repente, senti como se a terra estivesse escorregando debaixo de mim e o céu estava expandindo e recuando. Algum momento depois eu experenciei uma força terrível que brotava da base do meu corpo como uma explosão atômica. Eu senti que eu estava vibrando muito rápido, as correntes de luzes eram terríveis. Eu experenciei a suprema bem aventurança, como o clímax do desejo de um homem, e isso continuou por longo tempo. Todo o meu corpo estava se contraindo, até que o sentimento de prazer tornou-se bastante insuportável e eu perdi completamente a consciência de meu corpo.”