“Os amanhãs eu vivo hoje, agora, já. Quanto ao passado? Implora para que eu o imortalize.”
“Sinto hoje, agora, já; o amor de uma paixão que eu nem sei se virá.”
“(...) Eu consegui variar a existência - mas variá-la quotidianamente. Eu não tenho só tudo quanto existe - percebe? - ; eu tenho também tudo quanto não existe. (Aliás, apenas o que não existe é belo.) Eu vivo horas que nunca ninguém viveu, horas feitas por mim, sentimentos criados por mim, voluptuosidades só minhas - e viajo em países longínquos, em nações misteriosas que existem para mim, não porque as descobrisse, mas porque as edifiquei. Porque eu edifico tudo. Um dia hei-de mesmo erguer o ideal - não obtê-lo, muito mais: construí-lo. E já o entrevejo fantástico... e todo esguio... todo esguio... a extinguir-se em altura azul... (...)De resto, é evidente, faltam-me as palavras para lhe exprimir as coisas maravilhosas que não existem... Ah! O ideal... o ideal... Vou sonhá-lo este noite... Porque é sonhando que eu vivo tudo. Compreende? Eu dominei os sonhos. Sonho o que quero. Vivo o que quero.”
“Devido a minha memória excepcional eu convivo com meu passado inteiro, vivo logo após o que aconteceu num lapso espacial e temporal, eu vi tudo o que ocorreu a tanto tempo hoje de manhã sem esforço nem intenção entre um pão na chapa e suco de laranja.”
“Eu quero abandonar a carapaça sob a qual vivo, os ossos que assombro e migrar para o maior número possível de mentes.”
“Resvalo. Em tudo o quanto eu quis de mais vivo e quando me viro pra ver já não há mais nada ali, nem ao menos uma névoa de mistério pairando no ar.”