“Ouve mas não escuta. Escuta mas não entende. Entende mas não se importa. Se importa mas não demonstra. Demonstra mas eu, eu não percebo.”
“Isso não é amor. Eu já estive apaixonado, mas isso não é a mesma coisa. Não se trata de um sentimento meu, mas de uma força exterior que se apoderou de mim. Veja, eu fugi porque decidi que tal coisa não poderia acontecer, entende, como uma felicidade que não pode existir na terra; mas lutei contra mim mesmo e vejo que sem isso não existe vida.”
“Não entendo. Isso é tão vasto que ultrapassa qualquer entender. Entender é sempre limitado. Mas não entender pode não ter fronteiras. Sinto que sou muito mais completa quando não entendo. Não entender, do modo como falo, é um dom. Não entender, mas não como um simples de espírito. O bom é ser inteligente e não entender. É uma benção estranha, como ter loucura sem ser doida. É um desinteresse manso, é uma doçura de burrice. Só que de vez em quando vem a inquietação: quero entender um pouco. Não demais: mas pelo menos entender que não entendo.”
“Sei que não sou o único que não se importa nem um pouco se ilusões religiosas forem ridicularizadas, mas se fosse o único, ainda assim não daria a mínima.”
“Sou eu o culpado, mas não tenho culpa.”
“Eu não sou vegetariano, mas como animais que são.”