“O álcool e as mulheres me proporcionaram, devo confessar, o único consolo de que era digno. Confio-lhe este segredo, caro amigo, e não tenha receio de valer-se dele. Compreenderá, então, que a verdadeira libertinagem é libertadora, porque não impõe qualquer obrigação. Na libertinagem, só se possui a si próprio; ela permaneceu, pois, a ocupação preferida dos grandes apaixonados por sua própria pessoa. É uma selva, sem futuro nem passado, e, sobretudo, sem promessas nem sanção imediata. Os lugares nos quais ela se exercita são separados do mundo. Deixam-se, ao entrar, tanto o medo quanto a esperança. A conversa não é obrigatória; o que se vem procurar pode ser obtido sem palavras e, muitas vezes, até sem dinheiro. Ah! Eu lhe peço, deixe-me prestar uma especial homenagem às mulheres desconhecidas e esquecidas que então me ajudaram. Ainda hoje, mistura-se à lembrança que guardei delas algo semelhante a respeito.”