“Quando o outro não nos ama o suficiente o amor próprio intercede para nos auxiliar.”
“O amor perdido não deixa de ser amor. Apenas assume uma forma diferente. Não conseguimos ver o sorriso da pessoa amada, ou levar-lhe comida, ou mexer-lhe nos cabelos, ou rodopiar com ela numa pista de dança. Mas quando esses sentimentos enfraquecem, há outro que se sublime. A memória. A memória torna-se nossa companheira. Alimenta-nos. A vida tem um fim. Mas o Amor não.”
“O que custa mais não é tanto lembrar - é não esquecer. O que é que se faz com o que nos fica na cabeça, quando já não há nada para fazer”
“Sobre a frieza nós deslizamos até nos abraçarmos com todo amor, todo amor próprio necessário para roubar o calor do corpo de alguém.”
“O que são quinze minutos senão uma convenção? Uma forma de medir, encaixar, prender ou dominar o que nos escapa, o que não compreendemos. Um ardil para nos tranquilizarmos, para não formularmos demasiadas perguntas...”
“E é, em suma, uma forma como outra qualquer de resolver o problema da existência, esta de nos aproximarmos das coisas e das pessoas que de longe nos pareceram belas e misteriosas o suficiente para verificarmos que não têm mistério nem beleza; é uma das higienes entre as quais podemos optar, uma higiene que talvez não seja muito recomendável, mas que nos dá uma certa calma para passarmos a vida, e também para nos resignarmos à morte - pois que permite que não lamentemos nada ao persuadir-nos de que atingimos o melhor, e de que o melhor não era grande coisa.”