“Quantos enfeites para celebrar a vida? Ou mascarar a morte?! Eu desenho com ousadia a exata quantidade necessária pro meu peito sossegar.”
“A anos estou resvalando neste labirinto de corpos nus sem o morno do teu amor pro meu peito sossegar.”
“A certeza de que eu posso me matar me dá a segurança necessária para eu viver a vida e a sua incerteza.”
“Quantas vezes troquei de pele? Quantos exoesqueletos abandonei pelo caminho? Quantos clones siameses de mim em mim eu sacrifiquei em nome de minha sobrevivência?! Eu durmo com fantasmas e acordo com sombras, o que aconteceu volta em frases ou pesadelos.”
“Quando eu escrevo eu busco você à espera do meu contorno, à procura do meu preenchimento; tudo o quanto eu tento.”
“Levei meu aparelho digestivo para a assistência técnica, lá me disseram que a validade já venceu, eu então apelei pro tráfico de órgãos onde comprei dois pelo preço de um, posso enfim voltar a engolir as porcarias com as quais antes eu me engasgava por não fazer parte do esquema.”
“Eu te teci através do meu desejo para me cobrir em braços e abraços, me selar com um beijo.”