“Tomo a mão da intuição e juntos saltitamos os padrões de calçada cada vez mais comidos pela terra.”
“As estrelas despencaram da árvore se esparramando pela calçada.”
“Todo poeta morre apunhalado no coração pela mão de quem mais se ama.”
“Na infância se usufrui da proximidade e ao crescer nossos espinhos de alfinetada a estocada vão nos distanciando cada vez mais até que na solidão mais palpável e incomunicável eu mal consigo lembrar do teu rosto, mãe.”
“Desfio as fibras de meu coração para diluir o coágulo e gota a gota caem pela folha em pontuação e de esguicho em esguicho se preenche os vãos da oração.”
“Escrever produz um processo de decoerência colapsando meus estados quânticos sobrepostos, somando meus valores vetoriais oscilantes e o ângulo de mistura resultante me impele adiante, me compele a compilar tomos e mais tombos de tomos sobre a realidade.”
“Reduzi os fantasmas do passado a meras imagens quebradas mas mesmo assim eu não os exorcizo de vez, temendo mais o esquecimento do que a própria morte.”