“― Você ficaria se eu dissesse que te amo?― Você me ama?!― Não sei.― Talvez.― Por quê?― Porque se você dissesse e eu conseguisse acreditar, e eu gostaria de acreditar eu diria que sim.― Não.― Não o quê?― Não ficarias.― Eu sei.― Tchau.― Adeus.”
“Você não pode me trincar e esperar que eu não estilhace.”
“– Eu não tenho culpa de como você se sente.– Nem eu.”
“E se eu te dissesse que ele é um deus?O velho abanou a cabeça. Já não acredito em nada disso. Deixei de acreditar há anos. Onde os homens não conseguem viver, os deuses não têm melhor sorte. Vais ver. É melhor estar sozinho.”
“O problema de eu não confiar em ninguém não é a pessoa ganhar ou não a minha confiânça, eu não confio em ninguém porque não confio na natureza humana mesmo. Somos seres individualistas que em caso de último recurso, trairia e enganaria até mesmo a pessoa que mais credibilidade em você tem.O ser humano é traiçoeiro e eu não confio em ninguém.”
“Eu queria um dia escrever um livro. Eu não queria plantar uma árvore. Não queria um filho. Queria só um livro. Queria ler um livro que eu mesmo escrevesse. Um escritor disse uma coisa um dia. Eu não sei quem ele era. Só ouvi alguém dizer o que ele teria dito. Parecia arrogância, mas não era. Era auto-suficiência. Parece que perguntaram para ele o que ele lia, ou o quê ele estava lendo. “Quando quero ler um livro, eu mesmo o escrevo”. Eu queria ter dito isso. Eu queria poder escrever. Mas em mim só encontro o silêncio. E por isso, eu não sei escrever. Escrever, é claro que eu sei. Só não sei escrever um livro. Não consigo encontrar as palavras. Não consigo encontrar as palavras nas palavras. Só encontro minha voz, no que penso. Mas o que eu penso, ninguém ouve. O que eu penso é silêncio. Então eu me calo. O silêncio é minha voz.O silencio é a voz que eu calo.O silêncio é a voz que eu guardo.O silêncio, é lá onde eu moro.O silêncio sou eu.”