“Lisboa é uma cidade onde o coração é vendido ao lado dos jornais do dia, e os dois produtos são caros porque tudo é efémero e tenho pressa. Perguntam-me: és louco? Que fazes a escrever em pé, no meio do passeio, a interromper pernas e casacos com negócios?”
“Existem momentos em que somos sociais, disponíveis; e existem momentos em que somos individuais. No café detestam que eu leve livros e os leia, e que escreva. Aceitam e gostam de alguém que leva um jornal e lê durante horas, sentado. É uma questão de não se sentirem estúpidos, mas são estúpidos.”
“A é uma só - obter dinheiro ou reputação e filhos para justificar o facto de não te atirares de um prédio abaixo - e a morte faz parte dos vivos, é a 2ª parte como nos filmes.”
“Uma galinha pensava tanto e era tão culta que ganhou uma obstrução interior, deixando de pôr ovos. Mataram-na no dia seguinte.”
“Quem nunca sofreu por amor nunca aprenderá a amar. Amar é o terror de perder o outro, é o medo do silêncio e do quarto deserto, de tudo o que se pensa sem puder falar, do que se murmura a sós sem ter a quem dizer em voz alta. É preciso sentir esse terror para saber o que é amar. E, quando enfim tudo desaba, quando o outro partiu e deixou atrás de si o silêncio e o quarto deserto por entre os escombros e a humilhação de uma felicidade desfeita, resta o orgulho de saber que se amou.”
“Quem não gosta de estar sozinho é uma péssima companhia.”
“A felicidade é um acontecimento. Dizem-me que não a devo procurar mas sim esperar. No entanto, canso-me.”