“na hora de pôr a mesa, éramos cinco:o meu pai, a minha mãe, as minhas irmãse eu. depois, a minha irmã mais velhacasou-se. depois, a minha irmã mais novacasou-se. depois, o meu pai morreu. hoje,na hora de pôr a mesa, somos cinco,menos a minha irmã mais velha que estána casa dela, menos a minha irmã maisnova que está na casa dela, menos o meupai, menos a minha mãe viúva. cada umdeles é um lugar vazio nesta mesa ondecomo sozinho. mas irão estar sempre aqui.na hora de pôr a mesa, seremos sempre cinco.enquanto um de nós estiver vivo, seremossempre cinco”

José Luis Peixoto

José Luis Peixoto - “na hora de pôr a mesa, éramos...” 1

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“Por que lê tanto ? (...)- Olhe-me e diga o que vê. O rapaz olhou-o com suspeita- Isto é algum truque ? Vejo você. Tyrion Lannister Tyrion suspirou. - Você é notavelmente gentil para um bastardo, Snow. O que vê é um anão. Você tem o que ? Doze anos ? - Catorze - disse o rapaz.- Catorze, e é mais alto que alguma vez serei. Minhas pernas são curtas e tortas, e caminho com dificuldade. Necessito de uma sela especial para não cair do cavalo. Uma cela de minha própria concepção, talvez te interesse saber. Era isso ou montar um pônei. Meus braços são suficientemente fortes mas, uma vez mais, demasiado curtos. Nunca serei um espadachim. Se tivesse nascido camponês, provavelmente me teriam me expulsado para que morresse, ou vendido para a coleção de aberrações de algum negociante de escravos. Mas, ai de mim ! Nasci um Lannister de Rochedo Casterly, e as coleções de aberrações são das mais pobres. Esperam-se coisas de mim. Meu pai foi mão do rei durante vinte anos. Aconteceu que, mais tarde, meu irmão matou esse mesmo rei, mas minha vida está cheia dessas pequenas ironias. Minha irmã casou-se com o novo rei e o meu repugnante sobrinho será rei depois dele. Devo cumprir minha parte pela honra da minha casa, não concorda ? Mas como ? Bem, poderei ter as pernas pequenas demais para o corpo, mas minha cabeça é grande demais, embora eu prefira pensar que tem o tamanho certo para minha mente. Possuo um entendimento realista das minha forças e fraquezas. A mente é minha arma. Meu irmão tem a sua espada, O Rei Robert, o seu martelo de guerra, e eu tenho a minha mente... e uma mente necessita de livros da mesma forma que uma espada necessita de uma pedra de amolar se quisermos que se mantenha afiada - Tyrion deu uma palmada na capa de coura do livro - É por isso que leio tanto, Jon Snow.”

George R.R. Martin
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“Mas o que é a loucura? O que vale a vida de uma pessoa? Porventura a tua tem mais valor que a minha ou a minha menos que a do teu amigo? - Será que tens mais direito à vida que o homem de que salvei?”

Wolfgang Hohlbein
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“No dia de sua morte, minha avó entregou ao meu pai o relógio de bolso do senhor arcebispo, de ouro maciço, marca Ferrocarril de Antioquia, mas fabricado na Suíça, que conservo até hoje e que passará ao meu filho, como um testemunho e um estandarte (embora eu não saiba do quê), no dia em que eu morrer [60].”

Hector Abad
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“Quando aquela senhora que me lembrava minha tia disse que me conhecia, ela não estava dizendo que conhecia minha história de vida e minha família, que sabia onde eu morava, que escolas frequentei, os romances que escrevi e as dificuldades políticas que enfrentei. Nem que conhecia minha vida particular, meus hábitos pessoais ou minha natureza essencial e minha visão de mundo, que eu tentara expressar relacionando-as com minha cidade natal em meu livro Istambul. A velha senhora não estava confundindo a minha história com as histórias de minhas personagens fictícias. Ela parecia falar de algo mais profundo, mais íntimo, mais secreto, e senti que a entendia. O que permitiu que a tia perspicaz me conhecesse tão bem foram minhas próprias experiências sensoriais, que inconscientemente eu colocara em todos os meus livros, em todas as minhas personagens. Eu projetara minhas experiências em minhas personagens: como me sinto quando aspiro o cheiro da terra molhada de chuva, quando me embriago num restaurante barulhento, quando toco a dentadura de meu pai depois de sua morte, quando lamento estar apaixonado, quando eu consigo me safar quando conto uma mentirinha, quando aguardo na fila de uma repartição pública segurando um documento molhado de suor, quando observo as crianças jogando futebol na rua, quando corto o cabelo, quando vejo retratos de paxás e frutas pendurados nas bancas de Istambul, quando sou reprovado na prova de direção, quando fico triste depois que todo mundo deixou a praia no fim do verão, quando sou incapaz de me levantar e ir embora no final de uma longa visita a alguém apesar do adiantado da hora, quando desligo o falatório da TV na sala de espera do médico, quando encontro um velho amigo do serviço militar, quando há um súbito silêncio no meio de uma conversa interessante. Nunca me senti embaraçado quando meus leitores pensavam que as aventuras de meus heróis também haviam ocorrido comigo, porque eu sabia que isso não era verdade. Ademais, eu tinha o suporte de três séculos de teoria do romance e da ficção, que podia usar para me proteger dessas afirmações. E estava bem ciente de que a teoria do romance existia para defender e manter essa independência da imaginação em relação à realidade. No entanto, quando uma leitora inteligente me disse que sentira, nos detalhes do romance, a experiência da vida real que "os tornavam meus", eu me senti embaraçado como alguém que confessou coisas íntimas a respeito da própria alma, como alguém cujas confissões escritas foram lidas por outra pessoa.”

Orhan Pamuk
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“Na hora em que ela acreditou na minha morte, nessa hora morri”

Almeida Garrett
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